6 de fevereiro de 2014

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Dizem que a vida melhora depois dos dezesseis, na verdade antes disso é apenas uma fase à qual todos tem de passar. Era pensamentos do tipo que fazia Autumn uma cidadezinha mesquinha. Rose Evengod prometia tanta coisa, mas com o tempo até mesmo ela sabia que suas promessas seriam apenas de enfeitei pois as vezes prometemos coisas que não podemos realmente cumprir. Evengod tinha uma aparência assustadora,  um cabelo de coloração avermelhada, um lado de sua cabeça raspada e olhos que poderiam fazer qualquer um querer encontrar um dementador ou invés de querer-a encontrar em um beco mal iluminado.

 Senhora Evengod era mãe de duas garotas, uma mãe viúva que tinha lá sua meia idade, de problemas ela estava lotada, mas mal sabia ela que as coisas só estariam preste a congelar de vez.  Com a morte do marido, Rose simplesmente decidiu mudar de vida. O problema é que junto com sua mudança de vida percebeu algo de estranho no par de loiras que criava. Mas para infelicidade da garota as coisas não foram bem assim. Quando Evengod resolveu se eleger as duas logo se prontificaram para que a mãe delas tivesse as melhores marqueteiras, logo os ânimos se foram, perceberam que Rose não teria mais tempo para elas.

Rose Evengod estava em seu escritório sentada em uma poltrona ao lado do telefone a mais ou menos uma hora e alguma coisa enquanto esperava por uma ligação. Eleonor mandou uma mensagem para Rose entre as nove e dez da noite que dizia algo como: "ligarei mais tarde," o problema em questão é que a mulher em questão desapareceu neste período de tempo. Eleonor ligou e mandou mensagens para o filho mais novo, mas o garoto estava ocupado demais ignorando-a e indo em uma viagem que se lembraria para o resto da vida.  Mais tarde naquela noite o filho mais velho percebeu que a mãe não viria para casa.

Eram dez da manhã do dia seguinte quando Evengod bateu à porta dos Wachowicz's. Maxwell atendeu a porta, de inicio não percebeu que estava olhando para as costas magricelas e longas de Rose, mas assim que olhou um pouco mais para cima percebeu o cabelo realmente incomum. Sua primeira reação foi chamar a mãe, num grito falho pois o ar falto, a chamou. Henry foi trabalhar com esperança de quando chegasse encontrasse a mãe em casa, normalmente ela avisa quando não iria dormir em casa. Quando ouviu a voz do garoto a mulher se virou, aquele tipo de virada que se dá em filmes de terror, seus olhos viraram diretamente para ele. Sua sobrancelha desenhada a lápis tão fina que quase não dava para se ver foi arqueada. 

Max sentiu um arrepio gélido percorrer sua espinha, aquele olhar conseguia dar qualquer sensação para as pessoas menos de conforto ou felicidade, olhar cujo já foi tão belo que assustaria qualquer um que o visse na época em que estava casada. Incrível o que acontecimentos fazem com as pessoas. Por algum motivo, um motivo que até mesmo o garoto desconhece ele entendeu. Entendeu o que estava por vir, entendeu que no final do dia não existiria comida na mesa quando chegasse depois de uma visita ao seu melhor amigo. A pálida face de Rose desmotivou qualquer reação que não fosse um desgosto, mas as palavras tinham de ser dita por um dos dois. Max umedeceu os lábios e deu um breve sorriso. 

- Em que posso ajudar? - Sua voz saiu falha e aos poucos. Foi o suficiente para que o dementador desta história desse um sorriso sem dentes. Dizem que vampiros só podem entrar em sua casa se for convidado, o problema é que a mulher não era um vampiro e Max a convidou para entrar. Ela logo se leva a sala, sentou no sofá que ficava em frente a lareira que exalava calor de brasa da noite passada em que Henry esperava a mãe.  Em seu rosto a frieza emitida por um sorriso sem dentes continuava. 

- Aceita alguma coisa? - A voz de Max estava cada vez mais apavorada, não por já imaginar o assunto que seria tratado, mas sim pelo fato dela o encarar. A mulher pediu chá. Ele foi até a cozinha levou os dedos longos de magros até a chaleira. Abriu a tampa e deixou que a água enchesse até um ponto, depois ligou um dos bicos do fogão e colocou a água para ferver. Deixou a chaleira lá e seus passos o levaram para a sala que ficava do lado, encontrou Rose em pé olhando fotografias da família de Max, seus olhos estavam estreitos e de um modo diferente, não mais tão assustador. 

- Vai demorar um pouco. - Ele comentou com os olhos baixos desviando do olhar dela. Evengod balançou a cabeça. Max estava começando a ficar agoniado. Sua agonia podia ser ouvida cada vez que batia o pé no assoalho de madeira negra. Estava quase perguntando o que afinal ela queria ali, isso depois de uns três minutos no silêncio e a mania como ela pegava e colocava no lugar as fotografias.  Então ouviu o assobio da chaleira que o fez ficar levemente assustado. Voltou para a cozinha e abriu um dos armários pegando dois saquinhos de chá, quando se virou ela estava atrás dele. Para uma mulher "grande" Rose se movimentava silenciosamente. 

- De maça verde. Se tiver, claro. - Disse ela puxando uma cadeira e se sentando enquanto ainda ouvia o assobio da chaleira. Max respirou fundo e procurou entre os saquinhos o de maça, foi até o fogão e o desligou, pegou duas xícaras da pia e os levou até a mesa. Rose caminhou com os dedos pela toalha da mesa e pegou a xícara e o saquinho que estava do seu lado. Colocou o saquinho dentro da xícara e esperou por Max com um sorriso seco e estranhamente estranho. Ela agradece depois do garoto colocar a água em seu copo. Ele puxa uma cadeira e senta do outro lado da mesa. 

O sangue de Maxwell gelou assim que ela pegou o açucareiro, uma colherinha e começou a mexer o chá. Quando ela parou e virou o olhar para ele, qualquer coisa veio em sua mente, inclusive nada.